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Som alto: os perigos

Por que o som é tão alto em shows e raves? Uma reflexão além da música

Se você já foi a uma rave ou a um show eletrônico, talvez tenha se perguntado: por que o som está tão alto? Em alguns casos, o volume chega a níveis que fazem o peito vibrar e a conversa se tornar impossível. Será apenas uma escolha estética ou há algo mais por trás dessa intensidade sonora?

A resposta envolve uma combinação de fatores técnicos, culturais, emocionais e até psicológicos — e, sim, em muitos contextos, também está relacionada ao uso de substâncias psicoativas. Vamos refletir sobre isso.


O som que é sentido no corpo

Um dos principais motivos para volumes tão elevados em festas e festivais é o desejo de criar uma experiência imersiva. Sons graves e intensos não são apenas ouvidos: eles são sentidos no corpo. A vibração das frequências mais baixas impacta o peito, o estômago e até o chão — provocando reações físicas que aumentam a adrenalina e a excitação.

A música, nesse cenário, deixa de ser apenas entretenimento. Ela se transforma numa imersão sensorial total, uma espécie de transe coletivo induzido por som, luz e movimento.


A cultura do “quanto mais alto, melhor”

Em gêneros como EDM, techno, trance ou drum and bass, o som alto não é um detalhe: é parte da identidade sonora. Músicas construídas para grandes pistas de dança perdem impacto quando ouvidas em volumes baixos. Por isso, muitos frequentadores já chegam aos eventos com a expectativa de que o som esteja “batendo forte”.

Além disso, em festivais com múltiplos palcos ou ambientes abertos, o som precisa competir com ruídos externos. Aumentar o volume torna-se uma forma de garantir presença sonora em todos os cantos da pista.


A relação com substâncias psicoativas

O volume extremo também tem uma relação indireta com o consumo de substâncias recreativas, como MDMA, LSD, cetamina e outras. Essas drogas são conhecidas por amplificar a percepção sensorial, especialmente da música e da luz. Quando combinadas com som alto, elas intensificam o efeito de euforia, conexão e “viagem interior”.

É comum que, sob efeito dessas substâncias, o som pareça mais profundo, tridimensional ou emocionalmente significativo. O volume elevado, nesse caso, potencializa a experiência psicodélica, muitas vezes de forma proposital.

Além disso, ambientes com som muito alto inibem a conversa e favorecem comportamentos impulsivos, o que pode incluir o uso de drogas. A cultura das raves, em sua origem, está ligada a movimentos de contracultura e experimentação — e o som alto tornou-se parte desse “ritual sensorial”.


Os riscos que nem sempre se percebem

Apesar de todo esse apelo sensorial, o som em volumes altíssimos traz riscos reais, principalmente à audição. Exposição prolongada a níveis acima de 100 dB pode causar zumbido, dor e até perda auditiva permanente. E o pior: sob efeito de certas substâncias, as pessoas não percebem os sinais de alerta do próprio corpo.

Por isso, cresce a necessidade de conscientização. O uso de protetores auriculares, a criação de áreas de descanso sonoro e o respeito a limites de decibéis são medidas fundamentais para equilibrar prazer e saúde.


Uma reflexão necessária

O som alto em raves e shows não é um acaso. Ele é parte de uma cultura de estímulo intenso, onde corpo, mente e emoção se encontram num ambiente de liberdade — mas também de riscos.

Entender esses elementos é o primeiro passo para consumir cultura de forma mais consciente e segura. Afinal, o som pode libertar, emocionar e conectar. Mas também pode ferir — especialmente quando ignoramos seus efeitos a longo prazo.


E você? Já viveu experiências sonoras que te marcaram — para o bem ou para o mal? Compartilhe nos comentários.

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Título: Som alto

Professor Ronaldo Franco (veja neste link a minha formação)
Agendamento: WhatsApp (47) 99106-2389

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